Em certas alturas da vida, quase sem dar por isso, vou-me enredando em ténues fios de dúvidas, receios, questões, emoções ambíguas... Quando dou por mim estou fechada num casulo, com os meus livros, as minhas músicas, as minhas emoções, sentimentos, pensamentos, o meu silêncio...
Ali fico à espera pacientemente que a transformação se dê. É a morte de muita coisa, o renascer de um ser diferente. Um lapidar da alma. Ganho asas para outros voos. Dificilmente as pessoas entendem todo esse processo, que muitas vezes passa despercebido, principalmente às mais desatentas e incrédulas.
Tudo tem o seu tempo e que ninguém ouse ajudar uma borboleta a sair da sua crisálida. Seria condená-la a não voar e morrer numa condição que não é a sua.
(in Realidades e Fantasias)
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